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2666

A literatura é um ofício perigoso.

Segundo Carolina Lopéz, a viúva de Roberto Bolaño, é no romance inédito e incompleto  Los Sinsabores del Verdadero Policia que se encontram as origens ou o núcleo do  universo literário do escritor chileno. Trazido a público pelo agente Andrew Wylie na Feira do Livro de Frankfurt Los Sinsabores é descrito por Carolina Lopéz como um projecto em que o autor trabalhou durante 13 anos que «dá aos leitores a ideia da sua singular espontaneidade e de como desfrutava da liberdade quando escrevia».  A notícia é dada por Isabel Coutinho e pode ser lida aqui, numa peça sobre as novidades da Feira de Frankfurt.

«2666 é um murro no estômago, um verdadeiro incêndio literário, como há muito tempo não se via nas livrarias de todo o mundo. Especialmente num século como o nosso, obcecado pela juventude eterna, pelo sucesso, pelo dinheiro fácil, pela fama, pela beleza física, pelos 15 minutos de fama. Num século XXI asfixiado pelo êxito fácil e pela literatura light, só um escritor com muita coragem poderia escrever algo que, à partida, parecia “invendável”.»

 

2666 foi o livro recomendado pela Biblioteca Mira Fernandes no blogue Biblioteca Porta Aberta.

 

Bolaño, Larsson, Dan Brown, Meyer escreveram livros que são fenómenos de popularidade e provocam adição em que em os lê. No próximo encontro Ler no Chiado vai debater-se sobre estes autores e os seus leitores. 

 
Com José Afonso Furtado (que devorou a saga do Larsson e tem um conhecimento próximo do funcionamento dos mercados editoriais); Paulo Ferreira (dos Booktailors, os principais consultores editoriais portugueses e um dos blogues literários mais lidos); José Campos de Carvalho (paginador quer da saga Millennium, quer do Bolaño, e leitor atento dos dois fenómenos).
 
Contamos também com o testemunho de leitores compulsivos destes livros que milhões de pessoas devoram. Testemunhos deixados nos sites e redes sociais das editoras nas últimas semanas, e também ao vivo, na livraria.
 
Uma iniciativa da Revista Ler e da Bertrand, no dia 5 de Novembro, às 18.30, na loja do Chiado.
Moderação de Anabela Mota Ribeiro.
 

 

«O agente mais temido do mundo editorial, Andrew Wylie, trouxe mais uma vez para a Feira de Frankfurt um inédito do escritor chileno Roberto Bolaño. Depois de no ano passado a sua agência ter estado na feira a negociar o inéditoThe Third Reich, que começará a ser publicado a partir de Janeiro do próximo ano e será editado pela Quetzal em Portugal, desta vez o agente norte-americano tratado no meio pela alcunha de "O Chacal" trouxe Los Sinsabores del Verdadero Policia, um romance inédito e incompleto. No catálogo da The Wylie Agency lê-se uma descrição desta obra feita pela viúva do escritor, Carolina López: "Mais do que um romance, isto é uma das origens ou o núcleo do universo literário de Roberto. É o projecto em que ele trabalhou durante 13 anos. Dá aos leitores a ideia da sua singular espontaneidade e de como desfrutava da liberdade quando escrevia."


Bolaño começou a escrevê-lo no início dos anos 90 e continuou a fazê-lo durante 13 anos enquanto ia terminando os seus dois romances mais importantes,Os Detectives Selvagens(ed. Teorema) e2666 (Quetzal). Antes de morrer organizou todo este material em pastas e esteve a organizar todos os fragmentos e a dar-lhes coerência. Apesar de não ter conseguido terminar este trabalho de edição, deixou uma lista dos capítulos e descrições exaustivas dos personagens. "O que emerge deste material é uma narrativa poderosa, simbólica, hipnótica, tremendamente negra e ao mesmo tempo hilariante, a imagem de marca de Bolaño", explica-se no catálogo desta famosa agência literária. Francisco José Viegas disse ao P2 que irá publicar este livro. O editor, que esteve em Frankfurt, está muito contente com as vendas de 2666 em Portugal, cuja tiragem já vai em 23 mil exemplares.»


Do texto de Isabel Coutinho, em Frankfurt para o Ipsílon.

«A leitura dos textos de Bolaño me causam uma certa melancolia. O prazer estético supera a melancolia, mas tenho que ser sincera e assumir a tristeza que me toma. Por vezes, sinto que ele traz a completa falta de sentido da vida e coloca isto na frente do leitor. O que importa, porém, o que sinto? A leitora abandona os sentimentos para colocar a mirada na literatura, só que Roberto Bolaño é tão estupendo que a manobra fica difícil.»

 

Do outro lado do Atlântico, escreve Gerana Damulakis, uma leitora crítica de Roberto Bolaño.

«Na última entrevista antes da sua morte (à Playboy mexicana) Bolaño foi submetido a dois desafios curiosos. Quando lhe pediram para descrever a sua ideia de Paraíso, respondeu: "Veneza um lugar cheio de homens e mulheres italianas. Um lugar gasto, deterioriado, que sabe que nada perdura, nem mesmo o Paraíso,e que no final de contas, isso não assim tão importante." E quando lhe perguntam qual a sua ideia de Inferno: "Juárez, a nossa maldição e o nosso espelho, a reflexão inquieta das nossas frustações, da noss infame interpretação da liberdade dos nossos desejos".»  

 

Em cinco partes, como 2666, Rogério Casanova disseca o monumento literário de Roberto Bolaño.A parte da ambição; a parte da continuidade; a parte das coisas que acontecem; a parte do que tudo isto significa; a parte do resultado final. Todas as partes entre as páginas 42 e 48 da revista Ler.

 

Veneza.

 

 Juarez.

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«Um livro contra o esquecimento que, nas suas qualidades e nas suas imperfeições, é uma profissão de fé no poder da literatura.» Bruno Vieira Amaral